sexta-feira, 12 de março de 2010

Eu sempre sonhei com príncipe encantado daqueles que chega montado num cavalo que diz lindas palavras de amor e nos salva de todos os perigos causados por uma bruxa que dedica a vida a estragar esse amor... Meu conto de fadas não aconteceu bem assim. Meu verdadeiro amor chegou a pé, de mansinho, e não tinha vocação pra príncipe, não posso dizer que o amei porque ele era educado, sensível, gentil, ou porque gostávamos das mesmas coisas e tínhamos afinidade 100%. Ele não me salvou de uma bruxa, não me levou pra morar num castelo, não me mandou rosas nem cartas de amor, mas bastou apenas um beijo pra eu entender o que é realmente o amor.
O amor. Ah! O amor! Um sentimento sublime, que nos cega de todos os preconceitos, nos despe de toda vergonha e que nos deixa dispostos a vivê-lo sob pena de qualquer castigo ou recompensa. Percebo hoje que o amor (o amor verdadeiro) é intocável, imutável, é crescente, não tem limites, é único. Percebemos que o encontramos quando, mesmo estando fora da razão, somos impulsionados a fazer coisas que até o momento jurávamos nunca fazer. O amor nos faz pertencer ao outro, nos faz acreditar que vivemos um sonho, uma fantasia, um fascínio talvez, nos mostra que a partir de certo momento, onde nunca sabemos qual é ao certo, passamos a ser uma só pessoa, como se o corpo de um fosse tomado pelo outro fazendo morada eterna, e que mesmo querendo esquecer o olhar, o gosto, o calor, o toque, a cumplicidade se torna tão impossível quanto arrancar seu próprio coração. O verdadeiro amor é impossível esquecer ele consome, tortura, corrompe, corrói, faz doer as entranhas, mas é puro, é eterno.
E assim será... Mesmo que meu eterno amor não creia em Deus, eu vou ajoelhar e pedir a Ele que o proteja. Mesmo que ele não saiba, mesmo que ele não leia, mesmo que ele apague, mesmo que ele desista, mesmo que nada dê certo e eu descubra um novo sonho. Ainda assim, eu vou querer sonhar com ele outra vez. Mesmo que, ainda que, embora, contudo, sobretudo, por tudo, será sempre ELE, apenas ELE e mais ninguém.

"Desde então rejeito qualquer um que aparece em minha vida, porque ninguém tem o bom senso de ao menos se parecer com ele" Ao entardecer 2008